Há um ano, decidimos voar.
- institutoretriz
- 4 de ago.
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Atualizado: 5 de ago.

Em 2024, duas mulheres nordestinas — Cecília Licarião e Larissa Amaral — escutaram uma inquietação que há tempos sussurrava baixinho. Era o som de um desaparecimento silencioso. De aves que já não cantavam mais. De lugares esquecidos. De uma desconexão crescente entre natureza e gente. Da miopia de um país com a maior biodiversidade do mundo diante do turismo de observação de aves.
Elas se perguntaram:
E se a gente fizesse algo? Algo pequeno, mas constante. Algo que voasse com propósito. Algo concreto, cotidiano e coletivo.
Foi assim que nasceu o Instituto Retriz.
Um nome cheio de leveza e poesia: retrizes são as penas que ajudam as aves a guiar seus voos. E era isso que a gente queria ser — direção, apoio, equilíbrio. Um impulso coletivo para conservar as aves brasileiras. Um Instituto que orienta caminhos para a conservação, sempre com escuta, trocas e responsabilidade.
O primeiro voo foi desajeitado. Como todo voo novo.
Mas foi. E foi junto.

A cada passo, vieram aprendizados. E, junto deles, encontros. Uma ave anilhada. Uma formação realizada. Um adolescente que viu sua primeira ave com binóculos e não esqueceu. Uma senhora que nunca tinha ouvido falar em passarinhar e agora reconhece o canto das aves do seu quintal.
Projetos ganharam som, cor, forma. Teve Vem Passarinhar CE, mostrando que o turismo de observação de aves é uma ferramenta de desenvolvimento e conservação no Ceará. Teve Aves de Noronha, fortalecendo a ciência cidadã, o monitoramento de aves ameaçadas e a educação ambiental em uma das ilhas mais biodiversas do país. Oficinas, formações, saídas de campo, turismo de observação: experiências sensíveis, educativas e transformadoras em diversos territórios.
E teve muita gente voando com a gente. Voluntários, parceiros, conselheiros, passarinheiros, curiosos e apaixonados.

📊 Em números, pode parecer pouco:
2 cursos em Noronha
3 cursos online
21 edições do Vem Passarinhar
115 aves anilhadas
728 observadores
14 pacotes de aviturismo
Mas, em histórias, é gigante.
Porque cada número desses carrega alguém que viu, aprendeu, se emocionou, se transformou.

E o que a gente aprendeu?
Aprendemos que a coletividade é base.
Que escutar transforma.
Que a natureza ensina quando nos dispomos a observar.
Que fazer o possível — mesmo quando o possível parece pouco — já é revolucionário.
Agora, queremos voar mais alto. Mais formações, mais encontros, mais trocas. Mais políticas públicas que respeitem a biodiversidade.
Mais gente olhando para o céu com esperança.
E você pode vir com a gente. Nosso voo é aberto. Nosso bando é grande. E sempre há espaço para mais um passarinho nessa revoada. 🐦



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